João

João traz um alinhamento único de estrelas, resultando em uma experiência forte, visualmente bela, e curiosamente agradável.

É uma experiência imersiva com um palco em formato arena (plateia nos 4 lados). O espaço é pequeno, mas cada centímetro é bem pensado e aproveitado com propósito.

O que surpreende é como essa proposta imersiva vai além da proximidade física entre platéia e palco. João é diferente, é visualmente impactante. Luz, figurino e cenário trabalham juntos, de forma sincronizada, criando momentos bonitos e marcantes. Nada parece colocado por acaso — tudo tem intenção e sentido.

Outro ponto que se destaca é a movimentação em cena. Não só o centro do “palco”, mas todos os espaços são ocupados — às vezes acima da plateia, às vezes surgindo por baixo ou pelas laterais. A movimentação é fluida e bem integrada aos outros elementos visuais. Mais do que um recurso estético, o movimento funciona como parte da narrativa, dando ritmo, transição e ajudando a construir as cenas com mais profundidade.

O roteiro é interessante, mas não é pra todo mundo. Trata de temas como sexualidade, violência e marginalização. Por isso, vale a pena ler a sinopse antes de ir.

Mesmo com temas densos, tem leveza. Há cenas engraçadas e respiros no meio da tensão. Isso equilibra a narrativa e ajuda a absorver a mensagem de forma mais natural, sem pesar demais.

Em tendo oportunidade, vale a pena.

PS: Músicas são ótimas!! Torcendo para lançarem no Spotify.