
Música para morrer de amor tem um jeito de artesanal. Aquela coisa despretensiosa, bem executada e pensada nos mínimos detalhes. Do tipo que encanta pela simplicidade, mas prende pela complexidade.
Ao entrar na sala já está rolando uma cantoria de músicas clássicas e amadas, e a plateia é convidada a cantar junto. Esse momento é um prefácio. Não faz parte da história, mas funciona como um aquecimento emocional, um convite à conexão.
O cenário merece destaque: papel pardo e canetas piloto viram matéria-prima para construir gradualmente o espaço da história. Outros elementos cênicos são usados, mas sempre sendo encaixado nesse grande tabuleiro construído no chão com o papel pardo.
O roteiro é sensível e muito bem escrito. A história avança pelo diálogo mais do que pela música. Um ponto interessante é que o texto traz inserções de letras de músicas, o que dá ritmo e musicalidade mesmo sem melodia. Ainda assim, confesso que senti um pouco de falta de mais momentos musicais.
O elenco encanta pela qualidade da entrega. Além de atuar e cantar, ainda tocam violão ou teclado para acompanhar as músicas… O que reforça o tom poético da montagem e aproxima ainda mais quem está assistindo.
O desfecho deixa uma sensação agridoce, aquela incompletude que faz pensar — e talvez seja justamente aí que mora sua força. Por outro lado, fica um ar de certo independente do desfecho.
Pois bem, a temporada está acabando, e essa é uma daquelas produções que merecem ser vistas. Então corre!!
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