Rio Uphill, um Musical de Amor, União e Esperança

Um espetáculo sobre Brasil com jeito de Broadway.
Rio Uphill tem uma narrativa ágil que explora as nuances do Rio de Janeiro. Com músicas envolventes, e coreografias marcantes, a produção encanta e surpreende do início ao fim.


Quando fui assistir Rio Uphill, entrei sem criar expectativas, como costumo fazer. Expectativa é sempre uma roleta-russa entre frustração e alegria. Felizmente, nesse caso, saí do teatro animada e genuinamente surpresa. 

O espetáculo já tem uma história interessante antes mesmo de começar. Concebido em Nova York, Rio Uphill acabou se transformando em um filme independente durante a pandemia, já que não pôde estrear nos teatros. Apesar de ser uma obra com alma brasileira, ela foi claramente idealizada para os palcos da Broadway. Essa mistura confere ao espetáculo um charme único: uma visão do Brasil contado “para fora”, com uma estrutura que remete à Broadway, incluindo excelentes solos musicais. 

O texto é ágil e bem estruturado, abordando diversos temas em pouco tempo, mas sem atropelos. Ele flui de forma natural e amarra as histórias com inteligência. As músicas são um dos grandes destaques da produção, com uma fusão marcante de estilos como samba, funk, pop e eletrônico. O resultado é uma trilha sonora pulsante, comercial e, ao mesmo tempo, autêntica. Algumas expressões típicas da cultura brasileira, como “arrasta pra cima” ou “virar saudade”, podem não ser claras para todos os públicos, mas isso não compromete a narrativa. Pelo contrário, essas nuances enriquecem a produção e traduzem com sensibilidade as contradições de ser brasileiro, refletindo desafios e alegrias que fazem parte do cotidiano. 

A cenografia é outro ponto que merece destaque. Inspirada na topografia das favelas, o cenário traz um visual assimétrico e criativo, complementado por TVs no palco que adicionam camadas ao contexto das cenas. As estruturas são versáteis, transformando-se entre casa e morro, acompanhando de forma dinâmica o desenrolar da história. 

A direção de movimento também impressiona. As transições do cenário são conduzidas pelo elenco de maneira fluída, integrando-se perfeitamente às coreografias. Isso casa perfeitamente com as coreografias, que são muito bem trabalhadas. Dá pra sentir o estudo por trás de cada passo, especialmente na forma como eles trazem o baile funk para o palco, mas sem cair em esteriótipos ou caricaturas.

No final, Rio Uphill me surpreendeu positivamente. Com apenas 1h30 de duração, é uma ótima opção para quem busca um espetáculo repleto de energia, bem produzido e que não exige horas no teatro. É uma verdadeira celebração da cultura brasileira, com um toque universal que encanta qualquer público.


Imagens de Divulgação


Ativações no Lobby (fotos São Paulo)


Trailer da Produção


Palco em Pauta

Playlist