Categoria: Reviews

  • Chorus Line

    Chorus Line rasga o glamour do teatro musical pra mostrar o lado invisível da vida do artista, marcada por incertezas e pela constante pressão das audições.

    A produção começa em grande estilo, com a música e a coreografia icônicas que fizeram história. Não é surpresa que a plateia vá abaixo logo na abertura… Isso define o tom logo na partida, e explica porque segue sendo um fenômeno depois de tantos anos.

    O roteiro, construído a partir de entrevistas com artistas reais, transmite uma verdade palpável. Mesmo falando do universo do teatro musical, consegue gerar identificação em qualquer pessoa, porque no fundo trata de sonhos e vulnerabilidades. A narrativa é tão fluida que  não vi o tempo passar….

    A trama acontece durante uma audição, o que traz simplicidade ao cenário em uma visão mais crua do teatro. A mesa do diretor fica no meio da platéia, o que aumenta a imersão no universo da audição. Nesse contexto minimalista, a iluminação bem planejada e precisa ganha protagonismo… Exalando genialidade através de cenas marcantes e belíssimas.

    Há, no entanto, um detalhe que quebrava um pouco a experiência: em alguns momentos, uma câmera é usada para projetar partes do palco em tempo real no telão. Havia um pequeno atraso entre áudio e vídeo que acaba tirando parte da magia. Nada que comprometa, mas perceptível.

    Menção honrosa para figurino e caracterização… O figurino, mesmo baseado na simplicidade das roupas de audição, não deixa de reforçar a identidade de cada personagem. A caracterização faz esse trabalho com cuidado, permitindo que cada um se destaque de forma única.

    A coreografia de Chorus Line combina precisão e emoção: mostra tanto a disciplina coletiva dos dançarinos quanto suas histórias pessoais, culminando no final marcante em perfeita sincronia.

    A qualidade do elenco é inegável, unindo talento técnico e interpretação sensível para transmitir a intensidade e a humanidade da produção.

    Clássicos são clássicos, e Chorus Line segue justificando seu lugar na história. É uma experiência obrigatória para quem ama musicais e quer mergulhar em um espetáculo que continua atual, sincero e impactante.

    Matéria sobre a Produção

  • Djavan, o Musical

    Assistir a quase três horas de um musical com músicas de Djavan e um ótimo elenco é certamente uma ótima experiência. Mas, sendo sincera, eu estava com uma expectativa diferente…

    Os figurinos merecem destaque: simples à primeira vista, mas carregados de significado. Na caracterização do próprio Djavan, cada troca de roupa acompanha um momento da trajetória do artista, desde o início modesto até a consagração. É um recurso que ajuda a contar a história de forma clara e visual.

    O cenário é enxuto, centrado em uma grande estrutura ao fundo que se transforma ao longo do espetáculo. Ora se une em um paredão imponente, ora se abre para revelar novas camadas. A iluminação assume papel fundamental nesse contexto, criando atmosferas diferentes e trazendo complexidade às cenas. Pelo tamanho da produção, acredito que tinha margem para uma cenografia mais complexa, mas a movimentação e desenho de luz no geral suprem bem isso.

    O elenco é super talentoso e por vezes se desdobra entre diferentes papéis. A movimentação é interessante, mesmo que as coreografias sejam mais simples. Um dos pontos altos é quando a plateia é convidada a cantar no segundo ato — e, em algumas músicas, o público acompanha naturalmente. Essa troca é bonita de ver e mostra o quanto Djavan faz parte da memória coletiva.

    Toda produção bibliográfica de um músico passa pelo desafio de trazer a história e o repertório de forma orquestrada. O roteiro executa isso muito bem, a narrativa mescla canções e texto de forma fluida, mesmo seguindo uma linha cronológica não linear. A dramaturgia escolhe dar mais espaço para os momentos positivos da trajetória, deixando os desafios em segundo plano. Isso torna a experiência leve e agradável, mas não marcante.

    Pois bem, é o tipo de produção que não tem como não gostar. Em tendo a oportunidade, vale a pena.

    PS: Sempre ouvi Djavan “de fundo”, quando tocava em algum lugar. Não lembrava a última vez que tinha ouvido uma música… me surpreendi com a quantidade de músicas que eu sabia cantar. O quanto ela te marca pra vida sem você perceber é provavelmente um dos melhores atestados da força da obra de um artista.

    Trecho da Produção

    Matéria Sobre a Produção

  • Mães, o Musical

    Mães é daquelas produções que parecem um serviço público disfarçado de musical. Dado o time criativo eu já imaginava que iria gostar, mas ainda assim me surpreendi.

    Uma adaptação muito bem feita do off-Broadway “Motherhood, the Musical”, o espetáculo apresenta um olhar bem-humorado, mas também sensível e realista sobre a maternidade. O texto aborda tanto as diferentes formas como cada mulher vive esse processo quanto os pontos em comum: os desafios que raramente são falados e o contraste entre expectativa e realidade. Uma daquelas produções que você ri do começo ao fim, mas talvez chore no meio.

    A cenografia merece destaque: uma sala elegante, com paleta de cores vibrantes, que traduz bem o tom da montagem. A iluminação acompanha esse desenho com precisão e reserva um momento especial perto do final. Uma mãe, com a filha nos braços, reflete sobre maternidade sob a luz do luar. Entre a música intensa e a cena visualmente delicada, foi impossível não me emocionar.

    O cenário merece destaque: uma sala elegante, cuidadosamente construída, que parece saída de uma revista de decoração. A paleta vibrante de cores traduz bem o tom do espetáculo e se soma a um desenho de luz preciso, uma sucessão de acertos que conduz a narrativa até um momento especial. Se encaminhando para o fim do espetáculo, uma mãe com sua filha no colo faz reflexões sobre a maternidade sob a luz do luar. Entre a música com alta carga emocional e a cena visualmente bela, confesso que meu olho ficou marejado.

    O elenco é afinado e talentoso. Com ótimo timing de comédia e boas atuações, dá vida a personagens que poderiam cair facilmente na caricatura, mas que acabam despertando empatia e conexão imediata.

    Confesso que, se fosse apenas pelo título e pela sinopse, provavelmente teria deixado passar essa produção em meio a tantas opções em cartaz em São Paulo. Fui levada em partes pela ficha técnica, em parte pela vontade de trazer esse post para a página. Fico feliz de tê-lo feito.

    Mães é divertido, provoca reflexão e traz um novo olhar sobre um tema que parece óbvio, mas revela muito mais camadas do que imaginamos. Super vale a pena!! 💕

  • Jersey Boys

    Confesso: não sou fã do 033 rooftop. Já tive experiências desconfortáveis por lá e costumo chegar com expectativa baixa. Mas com Jersey Boys foi diferente — saí com a sensação de ter vivido minha melhor noite no espaço.

    O musical conta a trajetória de Frankie Valli e do grupo Four Seasons. Todas as músicas são deles e permanecem em inglês, mas isso não atrapalha a compreensão da história, que avança principalmente pelos diálogos. Em duas cenas específicas, entender a letra acrescenta nuances, mas no geral o roteiro é claro e acessível.

    O figurino e o visagismo têm um papel central na narrativa. As diversas trocas de roupas marcam a passagem do tempo e dão suporte às mudanças de personagem, já que parte do elenco se desdobra em diferentes papéis. Esses elementos não só ajudam na caracterização, como também reforçam o contexto histórico retratado.

    Já a cenografia é enxuta, mas bem planejada. Alguns elementos fixos e poucos móveis criam a base necessária para a ação, sempre usados de forma intencional. A iluminação complementa esse desenho com eficiência: além de direcionar o olhar do público, ajuda a transformar o clima das cenas e constrói imagens visuais de impacto.

    O elenco sustenta bem o espetáculo, alternando entre momentos leves e dramáticos, sempre com interpretações vocais consistentes. O palco é frontal, mas há um esforço de aproximação: entradas e saídas pela plateia ampliam a sensação de imersão. Um detalhe curioso é o uso de três mesas com cadeiras reservadas para os atores, recurso simples mas eficaz para reforçar a ideia de que o público faz parte do ambiente das apresentações.

    No fim, a experiência foi agradável e surpreendente. Jersey Boys entrega uma narrativa envolvente, com boas atuações, música de qualidade e escolhas cênicas inteligentes, resultando em uma produção que engaja de forma leve e divertida.

    Ficha Técnica

    Elenco brasileiro completo

    Henrique Moretzsohn – Frankie Valli

    Velson D’Souza – Tommy DeVito

    Artur Volpi – Bob Gaudio

    Bruno Narchi – Nick Massi

    Renato Caetano – Gyp DeCarlo

    Willian Sancar – Bob Crewe

    Rupa Figueira – Barry Belson

    Arthur Berges – Joey Pesci + Barry Belson Cover

    Nathan Leitão – Norm Waxman + Tommy DeVito Cover

    Diego Luri – Hank Majewski + Nick Massi Cover + Gyp DeCarlo Cover

    Gigi Debei – Mary Delgado

    Lara Suleiman – Lorraine

    Giovanna Moreira – Francine

    Amanda Bamonte – Swing/Dance Captain

    Paulinho Ocanha – Swing + Frankie Valli Cover

    Fabio Galvão – Swing + Bob Gaudio Cover


    Livro, música e letras por: Marshall Brickman & Rick Elice Bob Gaudio Bob Crewe

    Produção Original de Palco da Broadway: Dodger Theatricals (Michael David,

    Edward Strong, Rocco Landesman, Des McAnuff);

    Joseph J. Grano; Tamara e Kevin Kinsella;

    Pelican Group em associação com Latitude Link Rick Steiner/Osher/Staton/

    Bell/Mayerson Group.

    Estreia Mundial Produzida por La Jolla Playhouse, La Jolla, CA, Des McAnuff,

    Diretor Artístico e Steven B. Libman, Diretor Executivo.

    “JERSEY BOYS” é apresentado por meio de acordo especial com Theatrical Rights

  • Severino, o Espetáculo

    Sempre tive o hábito de rotular o que assisto: é peça? Musical? Peça musicada? A produção no título se define “Severino – o Espetáculo”.

    Severino se propõe a fazer uma imersão em Morte e Vida Severina, o espetáculo parte da palavra escrita, mas não se limita a ela. Movimento e música entram em cena e transformam o texto em uma vivência rica e repleta de novas camadas.

    Figurino e visagismo estão inteligentes e bem construídos. Mesmo sem trocas de roupa, se adaptam com inteligência ao tom de cada cena.  Em uma paleta forte de vermelho traduzem bem o sofrimento e o sertão, mas carrega tons vivos que se encaixam bem nas cenas alegres.

    Tudo no palco parece ter um porquê. A coreografia segue uma linha contemporânea, com elementos da cultura brasileira. Em diversos momentos a história é contada mais pelo corpo do que pela voz. Movimento por vezes vira instrumento musical, sendo passadas e batidas parte integral da sonoplastia.

    Severino grita arte. É o perfeito exemplo da produção independente que se dispõe a criar algo único. Que mostra o que acontece quando você junta bons artistas e os dá espaço para criar…

    É uma ótima peça, um belo musical, uma boa apresentação de dança… Espetáculo realmente define.

    Uma produção que merece ser vista… Então corre!!

  • Cenas da Menopausa [peça]

    Um dos meus fenômenos favoritos da natureza é a sintonia entre Cláudia Raia, a direção de Jarbas Homem de Mello e o texto de Anna Toledo. Em Cenas da Menopausa o resultado é uma peça que trata de um tabu com leveza, verdade e bom humor.

    Alguns assuntos simplesmente não são falados. Quando vêm à tona, é comum que seja abrupto, incômodo, amargo. Cenas da Menopausa escolhe outra abordagem: trata o tema com humor, empatia e informação. Em vez do choque, oferece acolhimento. E cumpre essa missão com sensibilidade, inteligência e muitas risadas.

    É uma comédia musicada que aposta em um humor direto e acessível. O roteiro avança pelos diálogos, já as músicas – paródias de hits conhecidos – aprofundam contexto, geram conexão, e dão ritmo à narrativa.

    Não é uma narrativa linear, mas uma sequência de sketches que contam diferentes histórias. Alguns são curtos e diretos, outros se desenvolvem em cenas que se complementam. Cláudia Raia e Jarbas se multiplicam em papéis diversos, dando vida a várias experiências. Cada história reforça uma verdade importante: embora a fase seja comum, cada mulher vive a menopausa de um jeito único.

    O texto aborda de forma clara e honesta os efeitos da menopausa no corpo, na carreira, na autoestima, nos relacionamentos. Tudo é dito abertamente, baseado em fatos, sem espaço para meias-palavras. A produção de propõe a educar, uma verdadeira aula encapsulada em comédia.

    O visual acompanha bem essa proposta: cenário, figurinos e iluminação compõem uma estética cuidadosa e funcional, que serve à fluidez da história.

    Após a peça, há um momento de conexão profunda. O microfone desce para platéia para abrir espaço a histórias reais, posicionando uma troca verdadeira com o público.

    Pois bem, necessário!! Se não viu ainda, aproveita que estendeu a temporada e já corre.

    Matéria Sobre a Produção

  • Torto Arado

    Com sessões que esgotam no dia da abertura das vendas, Torto arado é um inegável sucesso. Adaptado do livro homônimo, é um excelente exemplo de produção nacional de qualidade. Mas não é pra todo mundo.

    O cenário e a iluminação são simples, mas funcionam bem dentro da proposta. Já o figurino chama atenção: mesmo ao retratar roupas humildes é interessante, bem construído e com clara atenção aos detalhes.

    O roteiro retrata a trajetória de duas irmãs negras no sertão brasileiro. A história mergulha em temas como ancestralidade, desigualdade social, opressão e resistência. É um roteiro denso, com momentos leves no início, mas que logo mergulha fundo nos conflitos e violências que os personagens enfrentam. A narrativa vai ganhando peso — e não dá muito espaço para o público respirar. É o tipo de espetáculo que te faz sair da sala com o estômago revirado, o que é coerente com a história que se propõe a contar.

    A qualidade do elenco impressiona. A atuação segura, somada ao trabalho vocal de qualidade, sustenta o peso da história. A produção emociona mais pela entrega do que por qualquer elemento técnico mais elaborado.

    Não é pra todo mundo, mas quem gostar da sinopse vai gostar muito da produção.

    PS: Não sei se é da produção ou do teatro, mas a temporada Sesc são 2h20 sem intervalo.

    Matéria Sobre a Produção

  • João

    João traz um alinhamento único de estrelas, resultando em uma experiência forte, visualmente bela, e curiosamente agradável.

    É uma experiência imersiva com um palco em formato arena (plateia nos 4 lados). O espaço é pequeno, mas cada centímetro é bem pensado e aproveitado com propósito.

    O que surpreende é como essa proposta imersiva vai além da proximidade física entre platéia e palco. João é diferente, é visualmente impactante. Luz, figurino e cenário trabalham juntos, de forma sincronizada, criando momentos bonitos e marcantes. Nada parece colocado por acaso — tudo tem intenção e sentido.

    Outro ponto que se destaca é a movimentação em cena. Não só o centro do “palco”, mas todos os espaços são ocupados — às vezes acima da plateia, às vezes surgindo por baixo ou pelas laterais. A movimentação é fluida e bem integrada aos outros elementos visuais. Mais do que um recurso estético, o movimento funciona como parte da narrativa, dando ritmo, transição e ajudando a construir as cenas com mais profundidade.

    O roteiro é interessante, mas não é pra todo mundo. Trata de temas como sexualidade, violência e marginalização. Por isso, vale a pena ler a sinopse antes de ir.

    Mesmo com temas densos, tem leveza. Há cenas engraçadas e respiros no meio da tensão. Isso equilibra a narrativa e ajuda a absorver a mensagem de forma mais natural, sem pesar demais.

    Em tendo oportunidade, vale a pena.

    PS: Músicas são ótimas!! Torcendo para lançarem no Spotify.

  • Alice de Cor e Salteado

    O teatro está em formato arena, com a plateia distribuída nos quatro lados do palco. Não há lugares marcados: ao entrar, você recebe uma carta que indica o setor, o que ajuda a organizar um pouco, mas não elimina aquele clássico “tem alguém aqui?” ou “tem dois lugares aí?”.

    Enquanto a platéia se acomoda, o elenco já está em cena. A música ambiente nesse momento cria um clima curioso — lembra um suspense sci-fi. Enquanto o público encontra seus lugares, pequenas cenas acontecem em paralelo. Em uma delas, alguém da produção oferece chá para a plateia. Um gesto simples, mas que aproxima. Infelizmente, o chá acabou antes de chegar onde eu estava.

    A produção me surpreendeu. É uma experiência sensorial, cuidadosamente pensada.

    A narrativa usa o livro de Alice no País das Maravilhas como metáfora, reinterpretando passagens conhecidas da obra para contar uma história profunda com temas sensíveis. Os momentos em “Wonderland” ajudam a suavizar o enredo, criando uma camada poética e complexa ao mesmo tempo.

    A cenografia é minimalista, mas inteligente e bem construída. A iluminação — apesar de limitada pela estrutura do teatro — contribui para criar atmosferas marcantes.

    O detalhe: o formato arena faz o elenco sempre se mover para ser visto por todos os lados. Por vezes isso formava sombras no rosto do elenco, o que dificultou um pouco a leitura das expressões.

    Mas o que realmente se destaca é o movimento. As coreografias são bem construídas e ajudam a dar vida ao país das maravilhas. Para além da dança, há um cuidado constante com o gesto, o deslocamento, a intenção. A movimentação cênica se alia à dramaturgia de forma natural, e o resultado é uma narrativa que prende tanto pela estética quanto pelo conteúdo.

    Um destaque especial vai para a cenografia do teto: uma instalação feita com livros que impressiona pela delicadeza e simbolismo. Um detalhe que pode passar despercebido, mas que enriquece ainda mais a experiência.

    Apenas 90 minutos, com um valor de ingresso mais acessível do que outras produções. Vale super a pena.

    Trailer da Produção

  • Vital, o Musical dos Paralamas

    Assistir ao musical Vital foi uma surpresa — no melhor sentido possível

    Preciso começar sendo sincera: musicais biográficos de músicos no geral não me agradam. Cheguei com expectativas baixas, saí encantada. Me surpreendeu em todos os aspectos, e pela primeira vez me vi cantando em um musical.

    Vital tem uma energia única. Entrega algo novo, mostrando novas camadas de uma história que parecia conhecida.

    A narrativa começa no momento em que Herbert Vianna recobra a consciência após o acidente que mudou sua vida. A partir daí, o primeiro ato nos leva por memórias da formação da banda, com uma mistura de alegria, leveza e uma vibração quase contagiante. Fala de amizade, amor e do início de uma carreira construída em conjunto.

    No segundo ato, o tom muda. O foco passa a ser a recuperação de Herbert e como os laços entre os integrantes foram fundamentais para a continuidade da banda. É mais intenso, mais denso. A abordagem é honesta, com foco na reconstrução e na esperança.

    Roteiro é bem construído, canções e texto se encaixam de forma fluída. Um adiciona contexto ao outro, e as canções enriquecem a narrativa.

    Cenário é simples, mas traz algo novo. Composto por duas grandes molduras que criam diferentes níveis de altura e profundidade no palco. A iluminação faz o resto do trabalho, transformando o espaço a cada cena, sem a necessidade de grandes trocas cênicas.

    E sim, tem aquele momento clássico em que convidam o público a cantar junto. Normalmente fico só observando… foi a primeira vez que me senti compelida a me juntar a cantoria.

    Vital traz algo novo, mesmo contando uma história que a gente já achava que conhecia. Uma bela homenagem a altura do legado do Paralamas do Sucesso.

    Entrevista com Elenco