Categoria: Reviews

  • Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum

    Com letras de Stephen Sondheim, a montagem traz o clássico de 1962 com humor leve e timing perfeito do elenco. O cenário fixo ganha vida graças a movimentações ágeis e iluminação moderna. Ideal para quem busca uma experiência de teatro musical descontraída.


    Uma coisa engraçada aconteceu a caminho do fórum é uma adaptação de uma produção de 1962, com letras de Stephen Sondheim, um dos grandes nomes do teatro musical. Algumas obras resistem ao teste do tempo, não tenho certeza se essa é uma delas.

    A peça traz aquele humor fácil, uma mistura de Trapalhões com Sessão da Tarde, cheia de piadas com trocadilhos e perseguições onde cada personagem corre para um lado. Mesmo que você já tenha visto esse tipo de cena mil vezes (e rido em todas), a plateia se diverte do início ao fim. É interessante notar como a luz da plateia permanece parcialmente acesa, o que parece estimular ainda mais essa atmosfera de riso contagiante. Essa energia é mantida graças a um elenco que domina o timing de comédia.

    O cenário é fixo, formado por três casas caricatas, inspiradas na Roma Antiga. Apesar disso, ele ganha dinamismo com um desenho de luz muito bem elaborado, que em determinados momentos recorre a neons para criar um ar moderno.

    A direção de movimento merece destaque: com tanta gente entrando e saindo de cena, fica claro que é tudo muito bem pensado. Tem pouca coreografia, mas muito bem construída e executada.

    Agora o mas…

    A história se passa na Roma antiga: um jovem se apaixona por uma meretriz que foi vendida a um capitão do exército. Pseudolus, escravo do rapaz (interpretado por Falabella), promete ajudá-lo a ficar com ela, em troca da própria liberdade.  O aspecto cômico vem das confusões e mentiras criadas por Pseudolus em busca de seu objetivo. Embora a plateia se divirta bastante, se você não se sente à vontade vendo esse tema abordado de forma cômica, essa produção não é pra você.

    Costumo não recomendar produções que tragam algum tipo de ressalva. Fica a dica, é um clássico, se o enredo não te incomodar, acredito que você vá se divertir bastante.

    Número da Produção

  • Memórias Póstumas de Brás Cubas

    Uma excelente oportunidade de redescobrir um clássico literário brasileiro de forma leve e dinâmica. Um monólogo bem construído, capaz de prender a atenção pela atuação dinâmica e criativa. O cenário minimalista, mas engenhoso, demonstra como criatividade não depende de grandes recursos. Uma experiência essencial para quem deseja mergulhar em um clássico brasileiro.


    Algumas experiências são necessárias, e Memórias Póstumas de Brás Cubas se encaixa nessa categoria. É uma excelente oportunidade para redescobrir esse clássico da nossa literatura sob um novo olhar. Vamos ser sinceros: nem sempre valorizamos esse tipo de obra como mereceria, mas esse espetáculo facilita bastante.

    É um monólogo, com todos os desafios que o modelo traz. É muito bem executado e dinâmico, com um ator que consegue ocupar bem o palco e, de vez em quando, caminha entre o público, aproximando ainda mais quem assiste da história.

    O cenário é simples e criativo: um banco em forma de caixão acompanhado de poucos elementos cênicos. O fundo merece destaque, pois traz uma pintura representando o Rio de Janeiro coberta por um tecido escuro, que fica mais ou menos visível dependendo da iluminação. É uma excelente demonstração de que qualidade não vem do complexo e caro, mas da habilidade do time criativo.

    O texto é fiel ao livro, porém com músicas especialmente compostas para a peça. Se você prestar atenção, conseguirá perceber uma diferença sutil entre o estilo da narrativa e as letras das canções – que, aliás, são bem escritas. Um ponto interessante é que, embora seja um musical, ele não possui tantas canções quanto você pode imaginar. Por um lado, fica uma sensação de que poderia ter um pouco mais de música; por outro, é bacana notar a preocupação em manter a fidelidade ao texto original.

    O espetáculo tem o tempo certo pra não chegar a ser cansativo, mas sei que monólogo não agrada todo mundo.

    A peça já teve várias temporadas ao longo dos anos, o que naturalmente comprova seu valor. Por outro lado, parece ter mudado pouco desde que começou (pelo menos pelo que dá para perceber nas fotos e vídeos mais antigos). Em meio a tantas novidades no teatro atual—com cenários elaborados e surpresas no palco—é bom saber de antemão que esta montagem segue um caminho mais simples e “tradicional”.

    De qualquer forma, é um espetáculo que merece ser visto, principalmente se você estiver aberto ao principal objetivo: apreciar uma adaptação criativa e bem realizada de um texto clássico da literatura brasileira.

  • Rocky, o Musical

    A produção de Rocky encanta pela qualidade da performance do elenco e lugar de destaque da orquestra. O cenário, no geral minimalista, surpreende ao se transformar em um ringue. A cena da luta é um momento de grande impacto, realçando a criatividade e aforça da produção.


    Antes de Rocky, vale mencionar que eu não gosto do formato imersivo do 033 Rooftop. Dividir uma mesa pequena com desconhecidos, além de desconfortável, é meio constrangedor. A proximidade com o elenco é maravilhosa, mas a logística da platéia não me agrada. Agora vamos ao que interessa!

    —-

    Rocky é uma história conhecida e amada, interpretada por um elenco super talentoso. Ou seja, é bom, mas confesso que é diferente do que eu esperava.

    A orquestra fica em evidência no palco!!! Esse é sempre um ponto positivo, pois acompanhar os músicos tocando ao vivo traz uma sensação única de conexão com o espetáculo.

    O formato naturalmente limita o espaço para cenários grandiosos, mas Rocky adotou um minimalismo quase “extremo”, contando com um armário, o ringue e duas cadeiras. Para complementar, existem três telões que enriquecem as cenas.

    Os telões têm usos diferentes: às vezes são só pano de fundo (como a chuva, ou ambientação) e, em outros momentos, são parte central da história, como a transmissão pela TV de entrevistas com o Rocky.

    Minha estratégia de sentar na frente do palco não deu muito certo, pois não conseguia ver diretamente nenhum dos telões, precisava alternar o olhar entre o palco e as telas. Cadeiras laterais ou diagonais, que permitem ver palco e telões ao mesmo tempo, talvez sejam mais interessantes.

    A cena da luta em si é fantástica. A montagem explora o espaço com criatividade e o ringue ganha vida de um jeito que realmente empolga. Essa parte gera aquela sensação gostosa de ansiedade e envolvimento.

    Um ponto curioso é que no decorrer da produção você se acostuma com o formato mais lúdico gerado pela simplicidade do cenário. Quando chega na cena da luta, o fato de montar o ringue em si já traz um grande impacto. Que aumenta muito a intensidade da cena.

    Ponto interessante: muitas famílias assistindo juntas, pais com filhos curtindo bastante. Achei legal esse clima de diferentes gerações no público.

    No fim das contas, tenha em mente que a experiência é muito sobre a excelente performance do elenco. Se você tiver oportunidade, vale a pena conferir.

  • Meninas Malvadas

    Meninas Malvadas supera as expectativas em todos os aspectos!! Os cenários são inovadores e o uso de telões acrescenta ainda mais energia à trama. Cada personagem brilha sem cair em estereótipos, trazendo muito humor e dinamismo ao palco. É uma produção moderna que mantém a essência divertida e crítica de Tina Fey. É uma experiência obrigatória para fãs de musicais e de Meninas Malvadas!!!


    Meninas Malvadas é uma das melhores adaptações que já vi. Isso é resultado de diversos fatores, mas destaque para cenário e elenco. Foi a primeira vez em que não vi o enorme espaço do Teatro Santander “engolir” uma produção de alguma forma.

    Tudo no espetáculo está muito bem  feito, mas o que me chamou mais atenção é o cenário. Cada elemento foi construído com cuidado, e a movimentação dos elementos no palco aumenta o efeito dramático das cenas. Uma novidade interessante em Meninas Malvadas é o uso do videos como parte integral da cenografia. O fundo do palco é uma enorme tela de alta resolução, criando uma dinâmica diferente e envolvente. E, já que o texto aborda também o universo das redes sociais, a projeção dos vídeos traz uma camada adicional que complementa as cenas no mundo “real”, permitindo mostrar claramente os impactos dos acontecimentos no ambiente digital.

    Os vídeos são muito bem desenvolvidos, destacando-se em diferentes momentos da peça: da casa ao colégio, incluindo ainda animações em cartoon ou vídeos com estilos próprios. Tudo isso contribui diretamente para dar mais contexto e profundidade à narrativa. (Adicionei uma imagem extra com foco no cenário)

    Confesso que esperava uma coreografia mais elaborada, mas, em compensação, a direção de movimento geral surpreende. Tanto o elenco quanto os elementos cênicos se encaixam perfeitamente, tudo no timing certo.

    O elenco impressiona pela diversidade e pela qualidade de interpretação. Dá realmente para sentir o ambiente de um colégio ganhando vida no palco. Para quem ama o filme original de Meninas Malvadas (e especialmente do filme musical de 2024), essa montagem se mostra fiel ao humor característico de Tina Fey e traz essa assinatura para o público brasileiro.

    Vale destacar também a condução impecável da direção. É perceptível o quanto a produção — com todas as exigências de uma obra licenciada e a responsabilidade de trabalhar em um time grande de criativos — conseguiu alcançar uma sincronia rara. Coreografia, figurino, cenografia desenho de luz e demais elementos se fundem sem que você perceba onde termina um e começa o outro. Super recomendo!

    Número do Musical

  • Tom Jobim, Musical


    A produção encanta visualmente com um cenário que remete ao interior de um piano e silhuetas do Rio de Janeiro. O musical brilha pela integração cuidadosa do espírito da bossa nova em todos os detalhes do musical. Além disso, conta com uma coreografia fluida e figurinos bem construídos que adicionam dinamismo e contexto às cenas.

    Assistir Tom Jobim Musical é desfrutar de uma homenagem sincera e bem construída a um grande ícone da música brasileira.


    Fui assistir a Tom Jobim com um viés: queria muito gostar. É bom, mas não é “o que eu esperava”, e expectativa gera frustração. Ainda assim, recomendo a experiência… É uma excelente oportunidade de celebrar a história de um dos grandes nomes da música brasileira.

    Tom Jobim Musical mostra uma sofisticação discreta, criando uma atmosfera que verdadeiramente reflete a essência da bossa nova. A produção é visualmente atraente e tem vocais belíssimos, ou seja, no geral é uma experiência muito agradável.

    Coreografia está irretocável: interessante e bem executada. Sem mais.

    O figurino merece destaque pelo cuidado como retrata os personagens e atenção aos detalhes e contexto da época. Chama atenção especialmente o trabalho feito com o figurino do ensemble. Ele adiciona fluidez e movimento às cenas, enriquecendo visualmente toda a experiência do espetáculo.

    O Cenário é lindo. Ele possui estruturas de madeira que representam a parte interna do piano, enquanto criam a silhueta da cidade do Rio de Janeiro. Tem uma vírgula: um círculo branco que é usado em projeções de algumas cenas. Confesso que achei desnecessário. As projeções cortam a sutileza das cenas com imagens realistas que quebram a elegância e delicadeza da cena sem adicionar um contexto muito relevante.

    Montar um musical sobre músicos é um super desafio, já que as canções originais não foram feitas pensando em uma narrativa teatral. Integrar as músicas de Tom Jobim para contar sua história exige cuidado para respeitar o legado artístico e manter o ritmo narrativo. Dito isso, o roteiro não me envolveu completamente: o primeiro ato, embora bonito, é um pouco monótono. O segundo ato ganha ritmo e é bem mais interessante. Destaque especial para a cena do divórcio, muito bem construída e que mostra claramente como música e narrativa podem caminhar juntas para construir algo único.

    No fim, saí do teatro com a sensação de ter vivido uma experiência agradável. Não é a montagem mais impactante que já vi, mas tem muitos méritos e faz jus à grandiosidade de Tom Jobim.

    Recomendo. 😉

    Tom Jobim Teaser

    Cenografia de Tom Jobim Musical


  • Nossa História com Chico Buarque

    Um musical com força histórica e bela estética – Nossa História com Chico Buarque encanta com uma trama bem construída ao longo das gerações e uma iluminação marcante, mas sua transição entre cenas e músicas nem sempre flui de forma natural.


    Nossa História com Chico Buarque parte de uma premissa interessante: acompanha três gerações de uma mesma família, unidas por um romance central. A trama se desenrola desde o período da ditadura militar até 2022, abordando o contexto político e seus impactos naquele núcleo familiar. Esse recorte traz momentos bem construídos e relevância histórica, o que é um dos pontos fortes da produção. 

    O cenário é funcional e bem pensado, sem excessos. A banda ocupa uma estrutura ao fundo do palco, aparecendo mais como silhuetas do que como elementos visuais diretos. A luz, por outro lado, tem um papel fundamental na construção das cenas, criando atmosferas e transições marcantes. O desenho de luz é muito bom, resultando em belas composições visuais. No geral, a iluminação é mais interessante do que se vê na maioria dos musicais.

    O elenco tem excelentes artistas que se destacam ao interpretar diferentes personagens ao longo da linha do tempo. A caracterização é feita de forma sutil, principalmente através do figurino e mudanças simples, como prender ou soltar os cabelos. Além disso, há um revezamento entre os atores: uma mesma intérprete pode viver a mãe em um momento e, na geração seguinte, assumir o papel da filha, enquanto outra atriz se torna a mãe mais velha. Embora essa escolha tenha sua lógica artística, em alguns momentos pode gerar certa confusão, já que a ausência de uma caracterização mais marcante pode dificultar a diferenciação entre os personagens. 

    Agora o mas… A história é bem escrita e cativante, e as músicas são executadas com excelência. A combinação entre solos, duetos e coros deixa a trilha sonora rica e dinâmica. Mas… a transição entre cenas e músicas nem sempre flui de maneira natural. Há momentos em que a peça parece oscilar entre uma peça e um show, com alguns diálogos que parecem quase forçar a entrada de uma canção.

    O musical não entrou para a minha lista de recomendações. É uma boa produção, só não acredito que funciona pra todo mundo. Se você gosta de Chico Buarque, ou a premissa da história te chama a atenção, há grandes chances de você adorar o espetáculo. Se não, talvez não seja pra você.

    Imagens de Divulgação

    Matéria Sobre a Produção

  • Ray, Você não me conhece

    Ray é uma produção única que explora de forma criativa a vida e o legado de Ray Charles. A produção surpreende com um roteiro bem construído e interessante, e conta com um
    excelente elenco. O resultado é um espetáculo inovador que encanta pela simplicidade e originalidade.


    Ray é uma produção que foge do óbvio, com uma construção criativa e uma execução que surpreende pela autenticidade. Logo nos primeiros minutos, você percebe que está diante de algo diferente. Enquanto eu assistia, pensei: “Isso merecia uma taça de vinho para acompanhar.”

    Inspirada em um livro biográfico, a história começa dias após a morte de Ray Charles, com seu espírito visitando seu filho, que também se chama Ray. O palco se transforma em um espaço de troca entre eles e o público, com narrativas que revelam momentos marcantes da vida de Ray Charles e os desafios de suas relações familiares.

    A produção aposta em dois recursos que costumam fazer sucesso: a quebra da quarta parede e o teatro como tema dentro do próprio roteiro. Em diversos momentos, os atores conversam diretamente com a plateia, criando uma conexão espontânea. Antes mesmo do espetáculo começar, o elenco já está em cena, interagindo de maneira descontraída com quem vai chegando. Há até uma hora em que a cortina do fundo é levantada, revelando a Faria Lima.  A produção entra em cena pra mover os elementos cênicos. Tudo acontece de forma tão natural que dá um charme especial à experiência, fazendo com que ela se destaque pela autenticidade.

    O elenco é ótimo, os figurinos são pensados nos mínimos detalhes e, embora não haja coreografia, a direção de movimento dá ritmo e vida às cenas. Mas o verdadeiro destaque vai para o cenário: estruturas cinzas, que mais parecem enormes blocos de espuma, transformam-se em diferentes ambientes de forma quase simbólica. É simples e, ao mesmo tempo, genial.

    No lugar das tradicionais instalações para fotos, o hall apresenta uma pequena exposição de arte com obras cuidadosamente selecionadas sobre Ray Charles. É um detalhe inesperado que amplia a experiência.

    Pois bem, vá! Vale muito a pena, especialmente por ser diferente… Adoro quando vejo uma produção e penso “isso é novo”.



    Palco em Pauta

    calendário de musicais tem uma visão consolidada de todos os musicais em cartaz (SP-RJ).

    Playlist Palco em Pauta

  • Sonho Encantado de Cordel

    Uma dessas histórias onde a força da amizade supera qualquer obstáculo, com um toque encantador de brasilidade que cativa o público. O espetáculo se destaca pela explosão de cores, contando com um cenário simples e um roteiro descomplicado. Tem um foco infantojuvenil, mas funciona para todas as idades.


    Sonho Encantado de Cordel é uma daquelas coisas que aquecem o coração. Leve, divertida e com uma pureza encantadora. É aquela história gostosa de se ver, o clichê que funciona, onde a força da amizade supera qualquer obstáculo.

    O cenário não é muito elaborado, compondo o ambiente com projeções e elementos simples (e com um acabamento que deixa um pouco a desejar). Os figurinos chamam a atenção! São belos, bem elaborados, com exceção do Netuno, que me pareceu um pouco fora do tom. Mas, tirando isso, tudo é bem pensado e construído.

    A trama? Uma graça! Acompanhamos Rosa Cordelista em uma jornada ao lado de Hans Christian Andersen, numa espécie de “origem” dos seus contos clássicos. Tem reis, sereias, bruxa má e um reino encantado. Embora seja claramente voltada para o público infantojuvenil, a história cativa qualquer faixa etária.

    O que mais me encantou foi a explosão de cores e o dinamismo. A narrativa flui com rapidez, mantendo o interesse com vários núcleos, mesmo sendo um roteiro simples.

    E com aproximadamente 70 minutos, o espetáculo é ótimo para quem busca uma experiência divertida sem comprometer o resto do dia.

    Agora a pergunta mais complicada… Recomendo para adultos sem crianças? Talvez! Se você é do tipo que ama assistir todos os musicais, vá em frente, vai curtir. Se busca algo leve, rápido, uma distração gostosa com uma história fofinha, também vale a pena. Mas, se está esperando um musical “tradicional” ou uma trama mais complexa, esse talvez não seja o espetáculo ideal para você.


    Trecho da Sinopse
    A história gira em torno de Rosa Cordelista, uma jovem determinada que, apesar da desaprovação de sua mãe, sonha em se tornar uma grande cordelista. Movida pela força de sua imaginação, Rosa é transportada em um sonho mágico para um universo encantado, onde encontra o lendário Hans Christian Andersen. Juntos, eles embarcam em uma jornada emocionante, repleta de personagens míticos dos contos de fadas do autor.

    Fotos de Divulgação

    Playlist da Produção


    Palco em Pauta

    Calendário de Musicais

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  • Martinho, Coração de Rei

    Com uma abordagem inovadora, o espetáculo transforma a vida de Martinho da Vila em um desfile rico em simbolismo cultural. O espetáculo combina um roteiro dinâmico e uma coreografia vibrante, criando uma experiência imersiva e emocionante.


    Um texto bem construído, uma coreografia rica, e referências africanas bem incorporadas. Martinho é definitivamente uma experiência única e empolgante.

    Quando entrei no teatro, confesso que sabia pouco sobre Martinho da Vila. Eu tinha alguns trechos de músicas na cabeça, que sendo bem honesta, não lembro o porquê… Acho que é uma dessas coisas que você aprende quase por osmose de ouvir em diferentes momentos da vida. Saí uma grande admiradora da história e do artista Martinho da Vila.

    A produção é impecável, ponto. Sem mas, sem “poderia ter também”, apenas impecável. Vamos falar dos dois aspectos que mais me encantaram.

    O roteiro é muito bem construído. A história por vezes evolui de uma forma não linear, o que traz um dinamismo interessante e cada cena vira uma nova peça do quebra-cabeça. Com referência à um desfile de escola de samba, cada cena é uma “ala” repleta de referências e bem delimitada que conta um trecho da vida de Martinho. Além disso, a história abraça o teatro como parte do roteiro, referenciando artifícios teatrais e trazendo uma informalidade que gera uma cumplicidade maior com a platéia.

    A coreografia é linda, complexa, dinâmica e com muita referência do samba e de danças africanas. Todo o elenco é composto por excelentes bailarinos, então não existe uma separação entre os que cantam e os que dançam, ou cenas de canto com uma coreografia simplificada. Tudo é muito harmonioso e emocionante. 😍

    Obviamente a produção termina com uma roda de samba onde todos são convidados a cantar e dançar.

    É nítida a qualidade artística empregada pra homenagear esse ícone da nossa cultura. Ou seja, parada obrigatória pra todos aqueles que apreciam cultura.


    Fotos de Divulgação

    Divulgação do Musical


    Palco em Pauta

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  • Rio Uphill, um Musical de Amor, União e Esperança

    Um espetáculo sobre Brasil com jeito de Broadway.
    Rio Uphill tem uma narrativa ágil que explora as nuances do Rio de Janeiro. Com músicas envolventes, e coreografias marcantes, a produção encanta e surpreende do início ao fim.


    Quando fui assistir Rio Uphill, entrei sem criar expectativas, como costumo fazer. Expectativa é sempre uma roleta-russa entre frustração e alegria. Felizmente, nesse caso, saí do teatro animada e genuinamente surpresa. 

    O espetáculo já tem uma história interessante antes mesmo de começar. Concebido em Nova York, Rio Uphill acabou se transformando em um filme independente durante a pandemia, já que não pôde estrear nos teatros. Apesar de ser uma obra com alma brasileira, ela foi claramente idealizada para os palcos da Broadway. Essa mistura confere ao espetáculo um charme único: uma visão do Brasil contado “para fora”, com uma estrutura que remete à Broadway, incluindo excelentes solos musicais. 

    O texto é ágil e bem estruturado, abordando diversos temas em pouco tempo, mas sem atropelos. Ele flui de forma natural e amarra as histórias com inteligência. As músicas são um dos grandes destaques da produção, com uma fusão marcante de estilos como samba, funk, pop e eletrônico. O resultado é uma trilha sonora pulsante, comercial e, ao mesmo tempo, autêntica. Algumas expressões típicas da cultura brasileira, como “arrasta pra cima” ou “virar saudade”, podem não ser claras para todos os públicos, mas isso não compromete a narrativa. Pelo contrário, essas nuances enriquecem a produção e traduzem com sensibilidade as contradições de ser brasileiro, refletindo desafios e alegrias que fazem parte do cotidiano. 

    A cenografia é outro ponto que merece destaque. Inspirada na topografia das favelas, o cenário traz um visual assimétrico e criativo, complementado por TVs no palco que adicionam camadas ao contexto das cenas. As estruturas são versáteis, transformando-se entre casa e morro, acompanhando de forma dinâmica o desenrolar da história. 

    A direção de movimento também impressiona. As transições do cenário são conduzidas pelo elenco de maneira fluída, integrando-se perfeitamente às coreografias. Isso casa perfeitamente com as coreografias, que são muito bem trabalhadas. Dá pra sentir o estudo por trás de cada passo, especialmente na forma como eles trazem o baile funk para o palco, mas sem cair em esteriótipos ou caricaturas.

    No final, Rio Uphill me surpreendeu positivamente. Com apenas 1h30 de duração, é uma ótima opção para quem busca um espetáculo repleto de energia, bem produzido e que não exige horas no teatro. É uma verdadeira celebração da cultura brasileira, com um toque universal que encanta qualquer público.


    Imagens de Divulgação


    Ativações no Lobby (fotos São Paulo)


    Trailer da Produção


    Palco em Pauta

    Playlist