
Ray é uma produção única que explora de forma criativa a vida e o legado de Ray Charles. A produção surpreende com um roteiro bem construído e interessante, e conta com um
excelente elenco. O resultado é um espetáculo inovador que encanta pela simplicidade e originalidade.
Ray é uma produção que foge do óbvio, com uma construção criativa e uma execução que surpreende pela autenticidade. Logo nos primeiros minutos, você percebe que está diante de algo diferente. Enquanto eu assistia, pensei: “Isso merecia uma taça de vinho para acompanhar.”
Inspirada em um livro biográfico, a história começa dias após a morte de Ray Charles, com seu espírito visitando seu filho, que também se chama Ray. O palco se transforma em um espaço de troca entre eles e o público, com narrativas que revelam momentos marcantes da vida de Ray Charles e os desafios de suas relações familiares.
A produção aposta em dois recursos que costumam fazer sucesso: a quebra da quarta parede e o teatro como tema dentro do próprio roteiro. Em diversos momentos, os atores conversam diretamente com a plateia, criando uma conexão espontânea. Antes mesmo do espetáculo começar, o elenco já está em cena, interagindo de maneira descontraída com quem vai chegando. Há até uma hora em que a cortina do fundo é levantada, revelando a Faria Lima. A produção entra em cena pra mover os elementos cênicos. Tudo acontece de forma tão natural que dá um charme especial à experiência, fazendo com que ela se destaque pela autenticidade.
O elenco é ótimo, os figurinos são pensados nos mínimos detalhes e, embora não haja coreografia, a direção de movimento dá ritmo e vida às cenas. Mas o verdadeiro destaque vai para o cenário: estruturas cinzas, que mais parecem enormes blocos de espuma, transformam-se em diferentes ambientes de forma quase simbólica. É simples e, ao mesmo tempo, genial.
No lugar das tradicionais instalações para fotos, o hall apresenta uma pequena exposição de arte com obras cuidadosamente selecionadas sobre Ray Charles. É um detalhe inesperado que amplia a experiência.
Pois bem, vá! Vale muito a pena, especialmente por ser diferente… Adoro quando vejo uma produção e penso “isso é novo”.
Palco em Pauta

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